quinta-feira, 27 de junho de 2013

Eu sou tudo isto?


Linda, gostosa, que pernas lindas, que bunda durinha, que peitão mais gostoso; não estes não são os elogios que recebo, bem que gostaria de receber, mas infelizmente ficam cada mais difíceis de fazerem parte do meu cotidiano, mas tenho outros que me fazem muito bem.
Você já ouviu que tem um organismo extraordinário? Eu já. E um fígado intacto, que tal uma garganta maravilhosa. Eu sou um caso muito interessante, se bem que como digo para o meu amado médico queria tudo na vida, menos ser um caso muito interessante para um oncologista, mas sou e ainda bem um caso de sucesso.
Vou explicar meus adjetivos. Tenho um organismo extraordinário porque me recomponho, pareço um pepino do mar, para quem não conhece este ser vivo quando ameaçado elimina todas as vísceras e depois as regenera. Eu fazia quimioterapia e parecia que iria entrar na menopausa, parava de fazer quimio e voltava a menstruar, para a medicina isto é ótimo, para mim é um saco.
Pelo fígado processamos todos os medicamentos, então o meu pobre coitado já aguentou a quimioterapia do CA de mama e do CA de pulmão fora todo o resto e quando vou fazer o ultrassom de abdômen para acompanhar a médica sempre passa mais tempo olhando para pobrezinho e sempre comenta satisfeita que ele continua intacto que nem parece que ele passou por tudo isto.
Agora a minha garganta é coisa de anestesista, (para os jovens há mais tempos vão lembrar do filme “Garganta Profunda”), minha boca é super pequena, agora quando eu abro a boca dá para ver o meu esôfago (brincadeira). Não tem um anestesista que não se apaixone pela minha garganta, é super fácil de me entubar.
A verdade é que se não fossem estas pessoas repetindo para mim tantas e tantas vezes eu não teria visto estas belezas em mim, assim como mostra este vídeo que minha querida amiga Lau me enviou ontem. É muito difícil ver alguma beleza na Leda e se eu tivesse que me descrever como estas mulheres fizeram seria um desastre.
Se este blog fala do que vencemos, eu acho que ainda estou na batalha de vencer a cegueira e a dureza com que me julgo, mas estou no caminho. E você, consegue ver suas belezas?  

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