segunda-feira, 1 de julho de 2013

Ainda tem espaço para achar graça.

Não sei dizer se achei graça na época, mas com certeza minha vida não era de sofrimento continuo durante o tratamento do câncer, bem pelo contrário, viajava, inclusive para o exterior, conheci o Chile entre o intervalo entre a rádio e a químio, recebia amigos na minha casa, 12 de uma só vez num ano novo durante um período que eu fazia radioterapia diariamente e foi tudo muito tranquilo. Conto tudo muito detalhadamente no livro que escrevi “Um ponto fora da Curva”  um relato muito leve que estou louca para trazer até você. Estou pesquisando como publica-lo em e-book para ficar mais fácil. Até lá vou contar um fato engraçado que está no livro para você já ir tomando gosto.
Assim como câncer não escolhe nem raça nem classe social, o mesmo acontece com este inseto abominável, por mais que as pessoas achem que só pobre e gente porca padeça deste mal, não que seja rica, mas seria injusta se me considerasse pobre, porém meu sangue é absurdamente atrativo para este bicho.

(retirado do livro ainda não publicado “Um ponto fora da Curva”) Leda Alves
Passei por fatos engraçados como perguntarem o que eu tinha feito no meu cabelo que estava muito diferente, pessoas que sabiam que eu estava em tratamento, mas haviam esquecido. Uma sobrinha me pediu para fazer penteado no meu cabelo e eu tive que lembrá-la que era peruca, agora o mais engraçado ou pelo menos o mais diferente é que tive piolho na prótese capilar. Não estou de brincadeira, é sério. Sempre tive a maior facilidade para pegar piolho, mas a peruca é feito de cabelo humano que é alisado e tingido, ou seja, cheio de química, nunca imaginei que fosse ter piolho. A prótese capilar é uma cabeça de silicone com os fios implantados, não tinha como os piolhos me picarem na cabeça, então eles vinham para a minha nuca. Eu via que estava vermelho, mas achava que era alergia ao contato com o silicone. Por outro lado eu durmo nos braços do meu marido, (pode dizer que sou melosa, sei que sou) e ele estava reclamando que acordava com o braço coçando. Ele não tem sangue para piolho, nunca pegou, mas os piolhos aproveitavam a noite para picar o braço dele. Sei que um dia ao tomar banho eu vi que estava com piolho, não podia passar shampoo muito forte que iria estragar a prótese, passar pente fino então nem pensar. A solução foi ir ao supermercado e comprar neocide. Tirei a prótese, coloquei dentro de um saco plástico e joguei o pote inteiro. No final do dia eu só abri o saco e sacudi a prótese, caíram 63 piolhos. Fiquei chocada, mas achei engraçado. Sou a única pessoa que conheço que teve piolho na prótese capilar. Naquele dia não era o câncer que me incomodava ou que era o assunto principal, era o piolho.



E têm vários outros momentos engraçados. O que quero mostrar é que não tem mais espaço para aquele tratamento sofrido, trancado, calado. Quanto mais felicidade pudermos ter, melhor nosso organismo vai responder. Liberte-se, permitas-se ser feliz, já vi muita gente em tratamento ou com qualquer tipo de problema que acha que porque tem um problema tem que sofre o tempo todo. Faça o inverso, divirta-se o tempo todo e sofra só o tempinho que for preciso para resolver o problema que tiver.

SEJA MUITO FELIZ


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